Feminino
#1 A criatura e a angústia de privação
A mulher, para Freud, é uma criatura, ou seja, é coisa criada, ela não é, ela torna-se mulher. Ele afirma que a psicanálise não tenta descrever o que é a mulher, tarefa impossível, mas indaga como pode se tornar mulher.
#2 A erótica e o feminino
Considerando que na atualidade a ordem social sofre uma radical transformação decorrente do declínio da função paterna e dos ideais exigindo a invenção de um laço social diferente do estabelecido nas fórmulas tradicionais, propomos pensar uma nova erótica orientada pela impossibilidade de complementaridade na relação entre os sexos. Os pontos essenciais dessa nova modalidade de gozo são ressaltados com comentários sobre uma situação exemplar retirada da literatura.
#3 A fantasia feminina e o Semblante
Em um texto anterior, estabeleci alguns pontos sobre as relações entre a posição feminina no final de análise e a posição do analista como semblante, posição que não se confunde com a mulher, nem com o identificar-se com o objeto. Procuro agora estabelecer a função da fantasia feminina, o final de análise e o semblante.
#4 A inumanidade e o feminino
Apoiada no texto de Lacan, gostaria de associar uma lembrança à fantasia masoquista construída em análise que culminou no sonho onde surge um nome de gozo. E para concluir coloco a tristeza como um contraponto à dor de existir, para falar da diferença de tratamento dado a cada uma.
#5 A mulher não existe
Por que Antígona não seguiu os conselhos de Ismênia? Por que Diadorim não revelou seu segredo a Riobaldo? Por que Anna Karenina se jogou debaixo de um trem e Virgínia Woolf no rio? Por que Duras escreve? Por que Lol se calou? Porque não há A.
#6 As horas
Para tentar situar os diferentes gozos da mulher, trazemos aqui a trilogia constituída por dois livros e um filme. O filme As Horas de Hareano foi baseado no livro de Cunnigham com o mesmo título, que por sua vez inspirou-se em Mrs Dalloway de Woolf. Em As Horas, três mulheres, em três gerações diferentes, estão em torno de Miss Dalloway: Woolf o escreve, Laura o lê e Clarisse está no lugar da dama que lhe dá o título.
#7 Depreciação
Depreciação é a tradução para o termo "Erniedrigung"2 , utilizado por Freud para falar da posição do objeto nas relações entre amor e desejo na vida erótica do homem, na segunda de suas três "Contribuições à psicologia do amor”
#8 Mulheres e amores
Comentário sobre as formulações lacanianas sobre a sexualidade feminina: o que ela deseja?
#9 Mulheres e analistas para elas, tal como para nós
Comentário sobre a afinidade que Lacan aponta em seu ensino em relação a posição do analista e as mulheres.
#10 Mulheres e objetos
Para escrever o primeiro testemunho, esgotadas as reminiscências em análise, foi preciso rememorar, tomar os traços dispersos, impressões e lhes conferir um estatuto de escrita que desdobrei em biografia, biografagem e biografema. A cada escrita associei um nome de mulher, retirado da literatura lacaniana e o tratamento dado à escrita em cada caso – Justine, Antígona e Lol.
#11 A Neurótica freudiana
A neurótica, como ele chamou sua teoria das neuroses, enfrentava sua primeira derrota. Freud não acreditava mais nela e escreve ao amigo falando dos motivos, de seu estado de ânimo e buscando sua origem e a explicação.
#12 Nós e as horas
A fórmula inicial do Édipo freudiano foi, ao longo do tempo, vulgarizando-se e perdendo seu efeito de verdade, passando a ser tomado literalmente, como conflito psicológico do cotidiano entre pais e filhos. Veremos como Lacan tenta retomar o frescor dessa fórmula recorrendo à fonte.
#13 O amor e a ilusão
A anatomia não diz, a biologia nem a psicologia também não sabem dizer sobre o que define cada um dos sexos. E a psicanálise?
#14 O feminino de ninguém
O Feminino de ninguém: se organiza em torno da questão do feminino em Freud e dos desdobramentos posteriores de Lacan sobre a lógica do gozos feminino e masculino e sua articulação com a posição subjetiva singular e com as atuais identificações comunitárias.
#15 O que Lacan sabia sobre as mulheres
Me dedico aqui às aulas de Miller de março deste ano para tentar circunscrever o que ele nos aponta como "generalização do gozo feminino" em Lacan.
#16 Uma verdadeira mulher
O que seria para Lacan “uma verdadeira mulher”, quando se refere ao ato de Madeleine ao queimar sua correspondência com Gide? Se, segundo seu aforisma, A mulher não existe, o que seria uma verdadeira mulher?
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#1 Testemunho e trauma
Para Freud, o trauma, como o sonho, será definido pela estrutura do relato. Veremos, a partir do ensino de Freud e Lacan, Laurent uma proposta de elaboração do trauma em dois sentidos.
Escrita
#2 O tratamento do real
O ponto de partida para a investigação de uma nova clínica é a escrita como uma operação subjetiva de suplência ao nome-do-pai, produzindo ao mesmo tempo uma novidade no campo da cultura: Poderíamos pensar em uma transposição da experiência com o real, da escritura para a cura?
#3 O autor
Apresentação a partir do tema proposto: “O ciclo de debates reunindo escritores e profissionais de diferentes áreas acadêmicas tem por objetivo problematizar a presença da autoria nas práticas sociais de escrita”
#4 Escrita psicanálise e testemunho
Há algum tempo me interesso pelas relações entre ao tratamento dado ao real na prática da psicanálise e na escrita. Refiro-me aqui à escrita cujo paradigma é Joyce, uma escrita enraizada no real, sem compromisso com o sentido, que conta com a materialidade da letra.
#5 Disciplina do comentário
Acredito que o termo testemunho, utilizado por Lacan para o passe na Escola, não é sem relação com a literatura dos testemunhos do pós guerra, testemunhos que começaram a surgir um pouco antes do dispositivo criado por Lacan.
#6 A biblioteca de cada um
Sobre os livros da gente.
#7 Um sonho de Lacan
O relato do sonho de Lacan, que será trabalhado neste texto, lembra o texto joyceano, quando Lacan observa que ele não é o ator de seu próprio sonho, mas apenas um “escrevinhador” (scribouilleur).
#8 Escola scilicet
Lacan demonstra que a Escola se faz a partir da decisão de cada analista e não em grupo, que ela própria é efeito dessa escolha solitária de vários, mas cada um à sua maneira em torno da questão: o que é um analista?
#9 Escrever Vida ou morte
Não vou falar sobre escritores loucos mas de escritores que testemunham o surgimento de uma certa escrita decorrente de um encontro com o real. Vou abordar o tema de uma maneira pouco usual, ou seja, através de alguns fragmentos que copiei de dois livros escritos na mesma época: "Écrire" (1993) de Marguerite Duras e "A Escrita ou a vida" (1994) de Jorge Semprun.
#10 Escrita enquanto Duras
Em certo momento de seu ensino, por volta de 1970, Lacan dá uma virada que tem consequências sobre o próprio conceito de arte. É a partir daí que gostaria de abordar a escrita de Duras, sem intenção, sem representação, sem compromisso nenhum com qualquer finalidade.
#11 Nome de ninguem a obsena senhor
Este não é um livro que o leitor devora, ao contrário, a Senhora D. nos engole, mastiga e cospe. É nessa leitura, cuspida do texto, que encontro o inumano.
#12 Notes d un récit
L’expérience de l’analyse s’est fait comme un choix forcé. Rien d’autre à faire, sauf une analyse. La passe fût aussi un choix, mais d’un autre ordre. J’ai été instiguée par le désir de composer une autre écriture avec ce qui resté de l’analyse, celle-ci moins intime et tournée vers le travail collectif de l’École.
#13 O arrebatamento e a mulher escrita
Neste texto pretendemos identificar em O Arrebatamento de Lol V. Stein, de Marguerite Duras (1964), a lógica feminina do não-todo e, quase um século antes, em Anna Karenina, de Tolstoï (1875), o mesmo arrebatamento, mas regido pela lógica edipiana freudiana.
#14 Relato do passe
A experiência de análise realizou-se como escolha forçada, isto é, não havia o que fazer a não ser fazendo análise. Fazer o testemunho trata-se também de uma escolha mas de outra ordem, fui instigada pelo desejo de fazer do que restara, uma outra escrita menos íntima, voltada para o trabalho comum da Escola.
#15 Sobre o método e o objeto
Com a ênfase colocada sobre a leitura, escritura e poética, nossa pesquisa se desenvolveu no litoral entre psicanálise e literatura. Para verificar as consequências clínicas da passagem da escuta à leitura, nos servimos de casos clínicos contemporâneos, trazidos pelos participantes da Unidade de pesquisa, assim como, de testemunhos de passe de Analistas da Escola.
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#1 Sublimação não sem corpo
Lacan, depois de Freud, opera uma verdadeira subversão no conceito de sublimação. Para situá-la, partindo da hipótese que na sublimação trata-se de uma nova satisfação e não se faz sem o corpo, retomo, brevemente, o conceito na obra freudiana e a reviravolta produzida no ensino de Lacan, no Seminário 7 e Seminário 20.
Ética
#2 A ética do desejo
Desde o início de seu ensino, Lacan dedicou-se a esse trabalho de retificação da teoria e da técnica psicanalíticas, visando resgatar a originalidade da descoberta freudiana. Para tanto, a cada ano elegia um tema da psicanálise e referindo-se ao texto freudiano original, procurava em cada conceito a letra de Freud. Para realizar sua leitura muniu-se também de instrumentos de seu tempo, recorrendo inicialmente à linguística e à filosofia estruturalista.
#3 Psicanalise e filosofia
Fiz algumas anotações a partir de uma mudança no título para Freud e Lacan com a Filosofia, para abordar por um lado, na relação tão distinta destes com a Filosofia, e por outro, a maneira similar de ambos no uso dos diversos campos de saber em suas elaborações. Para essas notas recorri à minha experiência com a filosofia no ensino de Lacan.
#4 O gozo feminino e o um
Veremos como A generalização do gozo feminino seria, a repetição de um gozo mudo, opaco, fora do sentido, chamado feminino, que nem todas as mulheres experimentam e que um homem pode experimentar. Podemos reconhecer este gozo em algumas passagens da literatura e aqui me lembro de duas.
#5 Notas sobre um nome do amor
Em Lacan, amor, erótica e sexualidade não são idênticos e ainda nos coloca uma questão: por que a feminilidade seria o sinal patente da ausência de uma erótica?
#6 Ética e terapêutica
O debate atual, provocado pelos impasses da clínica contemporânea e pela proliferação das psicoterapias, inaugura um novo momento na prática lacaniana levando-nos mais uma vez a nos perguntar sobre os fundamentos éticos da prática psicanalítica.
#7 A angustia e o encantamento
Nesse texto, procuro estabelecer, através da função da fantasia, a diferença entre a angústia que pode se apresentar no início de uma análise e a angústia do final de análise. Para tanto, tomo, como referência preliminar, as últimas observações de Freud sobre as relações entre a angústia e o perigo, subsídio essencial para realizar uma consulta ao “Seminário 10: A Angústia” de Lacan.
#8 Doenças impossíveis
Como uma referência de séculos pode nos servir para dizer dos impasses atuais? Será que os ‘novos sintomas’ já existiam na Grécia antiga? Por que quando falamos da clínica atual esse significante ‘novo’ insiste? O que é novo na clínica?
#9 Do desejo puro à fantasia
O seminário 7 de Lacan, sobre a ética da psicanálise, finaliza-se com o enigmático conceito de desejo puro, deixando-nos um problema relativo à clínica, pois o puro, a princípio, nos indicaria um final de análise trágico.
#10 A harmonia médica
comentários sobre o V° capítulo: A Harmonia médica, do Seminário 8: A Transferência, onde Lacan empreende uma discussão sobre as relações entre Medicina e Psicanálise.
#11 A felicidade não tem fim
Pretendo, a partir da leitura do Seminário 7 de Lacan, medir a distância entre o ideal da ética clássica e o real em jogo na experiência analítica e pautando-me nessa medida discernir a distância entre a felicidade almejada e o que pode ser alcançado em uma análise.
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#1 A psicanálise, cidade e testemunho
O simples fato de fazer uso da fala e ter um corpo, já coloca o ser falante diante de impasses incuráveis e são estes os seres com os quais lidamos, os incuráveis, incuráveis da humanidade, incuráveis do real que cabe na vida. À psicanálise cabe tratar do destino singular que cada um pode encontrar para o real do gozo, operar com as defesas contra o real, tanto em sua desmontagem como em sua montagem, conforme o caso.
Cidade
#2 Ação lacaniana e o Digai
Apresentação do projeto de atendimento psicanalítico na comunidade da Maré chamado “Digaí-Maré” aproximando-o do que J. A. Miller definiu como “ação lacaniana”. O que poderia, juntamente com o ato analítico tal como Lacan o definiu, ganhar lugar como ação psicanalítica, como ação lacaniana, que pudesse propiciar, deste ato, suas consequências na sociedade?
#3 A diferença em diferentes exílios
Para abordar o tema dos exílios, trago aqui testemunhos de duas experiências recentes que me remetem a exílios. Um testemunho refere-se à participação em um evento no âmbito do ensino e transmissão no ICP (Instituto de Clínica Psicanalítica) e o outro se refere a uma experiência íntima.
#4 A psicanálise na cidade
A clínica social não é uma novidade entre nós, há muitos anos várias sociedades de psicanálise, universidades e outras instituições desenvolvem um trabalho de atendimento gratuito ou a baixo custo voltado para a população carente. Neste caso, qual é a novidade dos Centros de Atendimento Psicanalítico de orientação lacaniana?
#5 Psicanálise e guerra
Instigados pela proposta do "analista cidadão" nos voltamos para nossa Cidade, o Rio de Janeiro, hoje transformada pelos acontecimentos e pela mídia em reduto do crime, irônica e paradoxalmente, "organizado". O Rio, como tantas outras cidades do planeta, está em guerra. Como a psicanálise entra numa guerra?
#6 Sintomas nos corpos e na cidade
O que me interroga e me inquieta atualmente? Posso resumir minha escolha em dois pontos: primeiro é o ponto em que estamos hoje na orientação lacaniana quando nos debruçamos sobre o ultimíssimo Lacan. Ponto em que o próprio conceito de inconsciente e interpretação sofre abalos trazidos pelos impasses contemporâneos. O segundo, é algo mais particular, me interessa verificar como a psicanálise pode intervir na cidade, como a psicanálise pode produzir efeitos na cidade.
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Desenvolvedor: Davi Godoi (31)99912-7556
Edição : Juliana Villa-Forte (21) 99932-7577